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DOCENTE: LENITA ZAJDENVERG
O Diabetes mellitus (DM) é uma desordem metabólica caracterizada pelo excesso de glicose na corrente sanguínea causada pelo comprometimento da produção, secreção ou ação da insulina pelas células β do pâncreas.
O DM é uma doença crônica que pode levar a diversas complicações ao longo do tempo, aumentando o risco de complicações cardiovasculares, doença renal crônica, dano ocular, neuropatia, dentre outras.
Estima-se que em 2016 o DM tenha sido diretamente responsável por cerca de 1,6 milhões de mortes em todo mundo, representando um importante problema de saúde pública mundial. A incidência de obesidade e DM vem crescendo ao longo dos anos.
Estima-se que em 2025 o crescimento será em torno de 70 % em relação à atualidade. Como consequência, teremos mais mulheres em idade fértil com obesidade e DM, o que aumenta a morbimortalidade materno fetal durante a gravidez bem como após o nascimento.
Diabetes mellitus gestacional (DMG) é a intolerância aos carboidratos, diagnosticada durante a gestação, com níveis glicêmicos que não constituem diagnóstico para diabetes mellitus fora da gestação. Sua prevalência varia de 3 a 25% das gestações, dependendo da população, grupo étnico e do critério diagnóstico utilizado. A incidência do DMG aumenta de forma semelhante ao aumento da incidência do diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e obesidade. A hiperglicemia durante a gestação constitui grave problema de saúde pública e individual, pois além de aumentar o risco de desfechos perinatais adversos, aumenta o risco dessa prole desenvolver obesidade, síndrome metabólica e diabetes na vida futura.
O diagnóstico e tratamento do DMG tem como objetivo diminuir a prevalência dessas complicações. O ambiente hiperglicêmico intra uterino aumenta o risco de diversas complicações gestacionais. A presença de DM em fases iniciais da gravidez pode afetar a organogênese e aumentar o risco de malformações fetais.
As complicações se estendem para o período pós-parto. Gestantes que foram diagnosticadas com DMG têm risco maior de desenvolverem diabetes no futuro. Este risco também é maior para os filhos de mulheres que tiveram diagnóstico de DM durante a gestação.
A obesidade, outro crescente problema, pode estar relacionada a problemas de fecundidade e fertilidade e a diversas complicações ao longo de toda a gestação. Pacientes que foram submetidas à cirurgia bariátrica devem ter cuidado adicional com a contracepção e a gestação.
Existem poucos estudos que avaliaram a composição do leite materno em mulheres submetidas à cirurgia bariátrica.
Este projeto se propõe a estudar os fatores relacionados às complicações perinatais em mulheres que apresentem patologias metabólicas mais prevalentes, avaliar criticamente os métodos preconizados para o diagnóstico do DMG, analisar os fatores associados ao risco de evolução em médio e longo prazo de patologias metabólicas e cardiovasculares, tanto para a mãe, quanto para a prole.
Este estudo produzirá análises que beneficiarão diretamente os indivíduos participantes na forma de suporte ao diagnóstico dos mesmos e resultará no avanço do conhecimento sobre as gestações complicadas por doenças metabólicas de incidência crescente na nossa população.